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É visível a mudança no Jardim Ipê, bairro da periferia de São José dos Pinhais que sofreu com a criminalidade e a fama de bairro mais violento da cidade durante anos. Depois de oito meses da instalação do projeto de Polícia Comunitária, o número de homicídios cai a cada dia. A redução registrada foi de 41%. Entre janeiro e junho de 2010, o Jardim Ipê teve 12 homicídios, já entre julho e novembro foram registrados sete, nenhum deles a luz do dia. “Diagnosticar que o problema não é só de segurança pública é o primeiro passo para diminuir a criminalidade. Depois disso, é necessário um trabalho em conjunto com diversas esferas para garantir que o cidadão tenha oportunidade de emprego, educação, saúde, assistência social, esporte e lazer. A diminuição da criminalidade a partir daí passa a ser um processo natural”, explica o prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues. Hoje, quando os guardas municipais Fialho e Carlos passam pelas ruas do bairro, todos os conhecem, têm respeito e o principal: conseguiram isso com muita conversa e paciência. Nunca precisaram utilizar armas para ter o reconhecimento e a confiança da população. O Policiamento Comunitário trabalha sempre com equipes fixas de dois guardas municipais e possuem um telefone celular que recebe a chamada sempre que alguém precisa. INVESTIMENTO O Ministério da Justiça e a Prefeitura investem aproximadamente R$ 4,4 milhões para a instalação do projeto Territórios da Paz em São José dos Pinhais. O projeto é o mesmo que contemplou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Rio de Janeiro. Além do policiamento reforçado, o local recebe incentivos para melhorar a qualidade de vida das pessoas do bairro. DEPOIMENTOS Maria Luci Mantovane Soster, proprietária do Mercado Progresso, um dos maiores do Jardim Ipê, estava decidida há dez meses: ia se mudar para outro bairro por causa da violência. “Depois que a Guarda Municipal entrou aqui, nunca mais tive problemas de furto ou roubos. Moro no Ipê há 14 anos e de jeito nenhum quero sair”. Maria Luci ainda destaca que procura sempre ajudar o próprio bairro. “Eu busco contratar jovens para o primeiro emprego justamente para dar uma oportunidade de melhorar a vida deles”, disse. Caso ela fosse embora do bairro, mais jovens poderiam ter um fim trágico pela falta de oportunidade. O pedagogo Diego Martins Cordeiro trabalha na Escola Municipal Irmã Maria Eufrásia Torres conta que antes da chega dos guardas municipais, a escola tinha que resolver sozinha todos os problemas. “Agora nós temos o apoio deles não só em relação à segurança, mas principalmente por serem responsáveis pela união dos serviços públicos de saúde, segurança, educação, assistência social, esporte e lazer”. A diretora da Escola, Dircena Maria Gusmão de Magalhães, explica que mensalmente todos estes profissionais se reúnem para discutir os problemas do bairro. “É um trabalho pioneiro que atende aquele que realmente precisa. Nós trabalhamos em rede para solucionar o problema em todas as esferas e isso tem como resultado a diminuição da criminalidade”, disse. O guarda municipal Carlos conta que nesta escola, um caso chocou a todos na comunidade. Uma aluna de 12 anos era abusada sexualmente dentro de casa. A escola tinha percebido a mudança de comportamento da menina, mas não conseguiu saber exatamente o porquê. Segundo a diretora, a criança não queria falar. “Durante uma palestra que nós fizemos cujo tema era abuso sexual, ela começou a chorar”, conta Carlos. Depois disso, os guardas municipais entraram em ação: “nós conversamos com ela, separada dos outros. Demos a garantia de que podia confiar em nós e que tudo seria resolvido”. E foi o que aconteceu: juntos foram para a delegacia e o suspeito de abusá-la foi preso. | |
![]() Equipe pedagógica da Escola Municipal Irmã Eufrásia Torres comemora a integração do poder público para solucionar os problemas da comunidade | |
Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais Fotos: João Fernandes |
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Homicídios caem 41% no Jardim Ipê depois da instalação de Polícia Comunitária
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