O médico Rui Pilotto, especialista em avaliação genética, responsável pelo departamento de genética médica do Hospital de Clínicas de Curitiba, explica que a deficiência mental tem basicamente quatro áreas de atuação.
“Existe a deficiência mental, a deficiência também física, a também auditiva e ainda a deficiência visual. Com mais de uma destas características chamamos de deficiência múltipla. Conforme a complexidade das deficiências se estabelecem parâmetros para o diagnóstico que vai embasar o trabalho clínico com as crianças. Muitas famílias não sabem como dar mais qualidade de vida aos filhos pela falta de uma avaliação completa, o que chamamos de diagnóstico fechado”, diz Rui Pilotto.
O médico cita o caso de Elton Boretto, de 19 anos, que assistiu a palestra com a mãe, Sirlei Boaretto. Segundo Sirlei, que mora na cidade de Nova Aurora e veio a São José dos Pinhais para participar do evento, ela quer estimular a inteligência do filho, mas não sabe como, pois não tem o diagnóstico fechado dele.
“Eu carrego muitas avaliações mas nada que possa levar para outros médicos tendo a certeza do que meu filho precisa. Ele ainda não foi alfabetizado e acho que com uma orientação correta ele aprenderia a ler, mesmo que de forma limitada”, projeta Sirlei Boaretto, que recebeu de Rui Pilotto o convite para ir ao Hospital das Clínicas com Elton e sair de lá com o diagnóstico completo.
Uma extensão do departamento de genética médica do Hospital de Clínicas de Curitiba pode vir para São José dos Pinhais. “Conversei com o prefeito Ivan Rodrigues e temos o interesse de apoiar a criação de um núcleo de especialização em genética no Hospital e Maternidade São José”, destaca Rui Pilotto.
Diagnóstico em autismoAs explanações sobre a área cognitiva (inteligência e capacidade de aprendizado) abrangeram também o Autismo. De acordo com a psicóloga e especialista em Autismo, Manuela Lemos, existe falta de diagnóstico correto, pois muitas crianças autistas participam erradamente de atividades voltadas a deficiência mental.
“O Autismo é um transtorno neurológico com diferentes graus de avaliação. Há casos de crianças autistas que não tem déficit de inteligência e participam de atividades com crianças com déficit de inteligência. Conheço pessoas autistas que conseguiram fazer faculdade e trabalhar. É possível diagnosticar o Autismo em crianças com cerca de dois anos e isso antes acontecia apenas a partir dos cinco anos”, comenta Manuela Lemos.
A abertura da programação do encontro, como parte da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, teve a presença do prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues; do presidente da APAE de São José dos Pinhais, Raul de Sousa Pereira; do presidente do Rotary Club SJP, Rori Mendes Corrêa; do governador do Rotary Distrito 4730 – Romualdo Inckot; e do presidente da Subseção de São José dos Pinhais da OAB/PR, Dirceu Précoma.
Fonte: PautaSJP
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