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Trabalho na terra auxilia ex-dependentes na recuperação
O combate à dependência de álcool e de drogas na comunidade Fonte de Misericórdia, na Roça Velha, em São José dos Pinhais, recebe um reforço especial da Prefeitura de São José dos Pinhais. Através da Secretaria Municipal de Agricultura, com hortas comunitárias, os moradores da casa aprendem a trabalhar com a terra e cultivam hortaliças livres de agrotóxicos, para consumo interno e venda.
O coordenador da comunidade Fonte de Misericórdia, Carlos Alberto Jeronimo, explica que o tratamento na casa é feito sem o uso de medicamentos. “Utilizamos o método de laborterapia, focamos no trabalho com a terra e no trabalho com a espiritualidade para a recuperação”, afirma. De acordo com o coordenador, o afastamento das drogas é um projeto de mudança de vida, e o trabalho ajuda na força de vontade.
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Carlos Alberto, hoje coordenador da casa, já foi dependente químico e se recuperou
Conforme explica Adjair de Azevedo, técnico agrícola da Secretaria Municipal de Agricultura, os produtores da região doam terras para o plantio de cebola e milho, feito pelos moradores da comunidade. Além da pequena horta comunitária próxima à casa, são cultivados milho e cebola, também livres de agrotóxicos. O excedente do alimento produzido é vendido e paga parte das despesas da casa. “Nós ajudamos a comunidade com adubos, mudas e treinamento para o cultivo correto”, explica Adjair.
Para Pedro Persegona, secretário municipal de Agricultura, o modelo de funcionamento da chácara que abriga a comunidade Fonte de Misericórdia é “fantástico”, pois ela é autossustentável. “Eles produzem a própria comida, alimentam os animais, vendem o excedente e trocam por outros alimentos”, explica Pedro. O secretário destaca também a importância do trabalho na recuperação destas pessoas. “A mão-de-obra destes rapazes significa a reinserção social deles. É uma garantia de que podem conviver harmoniosamente na sociedade”, finaliza.
Carlos Alberto, que hoje é coordenador da casa, chegou lá há quatro anos, como um dependente químico buscando recuperação. “Quando cheguei aqui, em 2007, eu estava no fundo do poço. Se não tivesse vindo para cá, iria morrer”, lembra. O coordenador da casa já havia passado por uma overdose e por outras casas de recuperação, porém, acabava sucumbindo ao vício quando surgia uma oportunidade. “Cada um que entra na casa tem o seu histórico, mas nós todos temos a mesma dificuldade”, afirma. De acordo com Carlos Alberto, o trabalho com a terra tem um papel importante na recuperação.
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Área de plantio da Fonte de Misericórdia: trabalho alimenta e sustenta a casa
A comunidade Fonte de Misericórdia possui capacidade para atender até 20 moradores. O tempo de permanência inicial é de 4 meses. Após esse período, o morador é transferido para outra casa, para a realização de um curso bíblico intensivo com duração de 2 meses. O acompanhamento posterior é realizado através do grupo de atendimento às famílias, que acontece semanalmente as 17h30 no santuário São Judas Tadeu, no bairro do Cristo Rei, em Curitiba. É também através deste grupo que as famílias podem manifestar o interesse de inserir um familiar na casa.
Fotos: Sergio Sabino
Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais
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