A Câmara de Vereadores de São José dos Pinhais organizou no último sábado (26), na sede do Legislativo Municipal, o Fórum de Discussão sobre Adoção, com a participação de representantes da sociedade como profissionais de saúde, pais, crianças e jovens adotados, e políticos. A iniciativa é do Projeto ROMÃ, grupo de apoio à Adoção de SJP. O tema do encontro foi “A esperança de um futuro melhor”. Segundo os organizadores, para que as crianças tenham uma perspectiva de vida em família é necessário diminuir o número de instituições de abrigo e estimular o apadrinhamento afetivo, proposta que consta em projeto de Lei nº 521, da Prefeitura, intitulado Família Acolhedora, aprovado pelos vereadores dia 13 de setembro de 2011.
“Países de primeiro mundo não possuem mais centros de abrigamento. No Brasil as grandes instituições deram lugar a centenas de pequenas entidades sociais, que carecem de psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, pediatras e outras profissões essenciais ao apoio das crianças. São milhares de crianças desconhecidas da sociedade, pois não estão nos sinaleiros pedindo dinheiro. Uma saída é estimular o abrigamento por parte de famílias, para que as crianças não envelheçam nas entidades sociais, onde haverá maior vínculo afetivo, e ampliar a adoção por parte de pessoas conhecidas dos pequenos, mesmo que não sejam da família de origem. Temos que educar a sociedade para que haja interesse em adotar. Pesquisas indicam 80 mil crianças brasileiras abrigadas atualmente”, aponta a especialista em adoção, a psicóloga e escritora Lídia Weber.
De acordo com o presidente do Projeto Romã, o advogado José Carlos Silva, a ideia de apadrinhamento afetivo vem de encontro ao que propagam os integrantes das Varas de Família. “Houve uma evolução com o surgimento de locais de abrigamento tipo Casa Lar, mas acreditamos em um melhor resultado quando as pessoas se colocam como padrinhos e abriguam as crianças ao invés delas crescerem em entidades sociais. Em São José dos Pinhais, o projeto possibilita que os padrinhos recebam um salário mínimo para ajudar nos custos, ou que o dinheiro vá para uma poupança até que a criança complete 18 anos”, explica o advogado, que sentiu a ausência no evento de representantes do Ministério Público, Judiciário, Conselho Tutelar e de abrigos.
“A participação da comunidade foi muito expressiva, com a presença do prefeito Ivan Rodrigues, do presidente da Câmara, Assis Pereira, do vereador Bira do Banco, do deputado federal Luis Carlos Setim, de representantes do Rotary Club, de faculdades, de igrejas, além de muitos interessados em adotar”, destaca José Silva.
Resultado do fórum
O resultado dos debates será elaborado em um documento a ser enviado para diferentes órgãos públicos e privados, como o Judiciário, Executivo, Legislativo, Grupos de Apoio à Adoção, e para a Associação Nacional dos Grupos de Apoio e abrigos. O conteúdo foi elaborado a partir de núcleos de discussões, formados por pais, grupos de apoio para a adoção, do Judiciário, advogados, Executivo e Legislativo.
Fonte: PautaSJP
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