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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Prefeitura de SJP celebra Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher


Para marcar a data de 25 de Novembro, em que se comemora o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, a prefeitura de São José dos Pinhais realizou nesta segunda-feira (21) uma tarde de debates e palestras, voltados ao enfrentamento à violência contra a mulher.

O encontro promovido pelas secretarias municipais de Assistência Social e Saúde contou com palestrantes que atuam diretamente no combate à violência doméstica e à mulher, como a Delegada da Mulher, Márcia Rejane Vieira Marcondes, o promotor da 7ª promotoria do Ministério Público no Município, Dr. Leonardo Nogueira da Silva, que atende especificamente às questões de família e Lei Maria da Penha, assim como a médica responsável pelo atendimento à saúde da mulher, Simoni Bertasi Moreal e a diretora de políticas sociais da CUT-PR, Débora de Albuquerque Souza.

Encontros de representantes de entidades que atuam no combate da violência contra a mulher

Representantes de diversas entidades públicas e representativas das comunidades, organizações sociais e simpatizantes do tema participaram demonstrando grande interesse em disseminar informações que resultem na redução dos números de agressões contra as mulheres, que ainda se apresenta bastante elevado, segundo dados do Data-SUS.

A médica Simoni Bertasi Moreal, apresentou os dados do Data-Sus, que segundo ela precisam ser olhados com atenção para que cada cidadão possa ajudar a combater um mal tão prejudicial ao desenvolvimento sadio da sociedade. “Hoje, a cada 100 mil mortes de mulheres, 13 são por agressão em nosso município. Esse numero é alto e estamos atuando para que toda a sociedade se envolva no combate à violência. Trabalhamos também para que as mulheres sejam conscientizadas de seus direitos e sobre os riscos que correm quando não buscam auxílio”.

Conforme dados da mesma fonte, a faixa etária mais atingida de mulheres vítimas da violência está entre 20 a 29 anos, e a violência física é a mais elevada, seguida de violência psicológica e negligência em relação a cuidados médicos e de diversas naturezas, quando a vítima é dependente do companheiro.

Para a Delegada da Delegacia da Mulher de São José dos Pinhais, embora o número de boletins de ocorrência seja elevado, o número de processos que seguem curso é baixo. Ao perceber esta disparidade, quando assumiu a delegacia, ela resolveu mudar o sistema de trabalho. “Hoje fazemos o boletim de ocorrência e convidamos as mulheres a retornarem numa outra data agendada para receber informações sobre seus direitos e as possibilidades que elas têm de deixarem de ser violentadas. Não obrigamos ninguém a representar contra o agressor, apenas as orientamos, sendo que a decisão é sempre da vítima”, enfatiza a delegada, observando que as mulheres vítimas de violência nem sempre apresentam sintomas físicos. “A cada oportunidade que temos de orientar as mulheres, elas vão descobrindo que a violência da alma, aquela que é causada pela injúria, pela difamação e todo o tipo de mau trato verbal, também é um crime. Assim, na medida em que as ignorâncias vão sendo esclarecidas as mulheres vão deixando de aceitar a violência de qualquer natureza, criando coragem de denunciar e pedir ajuda”, diz a delegada Márcia Rejane Vieira Marcondes.

O promotor de justiça Leonardo Nogueira da Silva destacou os benefícios da Lei Maria da Penha, lembrando que foi a denúncia de um caso comum de injustiça contra uma mulher, feita à Organização dos Estados Americanos (OEA), que resultou na criação da Lei Maria da Penha. A partir daí, a OEA recomendou que o país instituísse mecanismos de proteção a mulher e punição para os agressores.

A formanda em Serviço Social Adriana Maria Leal, que faz estágio na Casa de Alice, de apoio a mulher vítima de violência em SJP, desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso abordando o trajeto percorrido pelas mulheres até chegar na casa de apoio, que atende sempre até 10 mulheres ao mesmo tempo, podendo estar acompanhadas de seus filhos menores de 18 anos. Adriana explica que o que a inspirou a abordar o tema é a determinação e empoderamento das mulheres que tomam a decisão de buscar ajuda e lutar por seus direitos. “As mulheres que chegam lá passam pela fase da tomada de decisão que é difícil. Elas passam pelo medo, pela vergonha e após perderem a esperança de que o companheiro mude o comportamento agressivo, resta contar com as medidas protetivas da Lei Maria da Penha”, completa a estudante.

O secretário de Assistência Social, Leone do Rocio Leal, disse que o fato de São José dos Pinhais contar com instrumentos que possibilitam uma segurança às vítimas, como uma delegacia da mulher com atendimento qualificado e uma rede de proteção que encaminha os casos, faz com que os números se evidenciem. “Temos 11 Cras (Centro de Referência de Assistência Social), os conselhos tutelares, os postos de saúde e até mesmo os profissionais da educação, que estão sempre atentos aos indícios de violência doméstica, além da Casa de Alice, que dá proteção às mulheres agredidas e seus filhos menores”, observa Leone.


O município de São José dos Pinhais produziu uma cartilha que será distribuída à população, contendo orientações às mulheres, especificando todos os tipos de violência e divulgando os órgãos de proteção e como fazer a denúncia. A cartilha informa ainda que mesmo quando a vítima não faz o boletim de ocorrência, ela pode procurar pelo atendimento médico, com prioridade, nos postos de saúde da rede pública.

O disque-denúncia para pedir ajuda em casos de violência contra a mulher é o 180. E a delegacia da mulher que fica na Rua Joinville, 2402, no Bairro Pedro Moro, próximo ao Centro de São José dos Pinhais, também atende pelo telefone 3383 0244.

Foto: Sílvio Ramos
Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais

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