Elas ainda são pouco conhecidas pela maioria das pessoas, mas produzem um alimento saboroso e lucrativo para os criadores. São as abelhas sem ferrão – meliponídeas – que possuem mais de 300 espécies no Brasil. A Prefeitura de São José dos Pinhais, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), promoveu nesta semana uma capacitação aos produtores e interessados para estimular o cultivo desses insetos.

Curso ensinou qual a forma correta de criar as abelhas sem ferrão.
Foram quatro dias de curso, incluindo uma parte prática que foi feita em uma propriedade no município de Mandirituba, nesta quinta-feira (08). Durante o curso os participantes aprenderam, por exemplo, a maneira correta de criar as abelhas sem ferrão, formas de fortalecer o enxame e a melhor época de retirar o mel e o própolis produzidos por elas.
As meliponídeas instalam suas colmeias dentro de troncos de árvore, normalmente madeiras de aroeira, como erva-mata, imbuia, pinheiro araucária, bambu-açu e cedro. Para o cultivo elas devem ser retiradas dos troncos e criadas em caixas racionais, feitas de madeira com espessura grossa, pois são sensíveis a baixas temperaturas. Entre as vantagens de criar essas abelhas estão o baixo custo, uma vez que por não terem ferrão não são necessários muitos equipamentos para o manuseio; e o preço do mel produzido por elas, que chega a ser três vezes superior ao das abelhas comuns.
Ronaldo da Rocha Martinez, de 55 anos, tem admiração por abelhas desde que trabalhava em uma indústria alimentícia, e observava os insetos ao redor do açúcar descartado. Depois de aposentado, começou a fabricar caixas para o cultivo das meliponídeas e, em troca do serviço, ganhou troncos cheios de abelhas. Hoje ele já conta com 15 caixas, e planeja adquirir uma propriedade agrícola para dar continuidade à produção. “Acho que o curso é muito válido, principalmente por ser de graça e possibilitar o acesso ao conhecimento a todos”, afirma.

Participantes e o secretário municipal de Agricultura, Pedro Persegona, à direita da foto.
Para Julio Augusto Dresch, de 24 anos, que cria as abelhas sem ferrão junto com a mãe há cerca de um ano, um dos maiores desafios para os produtores é mostrar para as pessoas que esses insetos existem. “Nós aprendemos muito e saímos daqui como multiplicadores de conhecimento”, destaca Julio.
De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Pedro Persegona, o curso sobre a meliponicultura faz parte da programação de incentivo à agricultura familiar. “Estamos sempre buscando formas de potencializar a agricultura familiar através de novas ideias e ferramentas, para que as pessoas permaneçam no campo, com uma boa renda e de maneira sustentável”, ressalta.
Fotos: Sergio Sabino
Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais
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