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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

PautaSJP revela exploração imobiliária ilegal no bairro Del Rey


Construções ilegais no Del Rey ficam próximas e dentro de áreas de preservação 

O Jardim Del Rey fica apenas a 8 km do centro de São José dos Pinhais, paralelo à BR 376, com milhares de hectares de área nativa proveniente da Mata Atlântica. A natureza exuberante deste bairro, que começou a ser explorado no ramo de venda de terrenos, casas e apartamentos há menos de três anos, está ameaçada. A reportagem do PautaSJP.com, gerada após denúncia de um leitor, constatou que a região é alvo de várias invasões, incluindo em terras da Prefeitura de São José dos Pinhais. O descontrole fez com que o Executivo lançasse uma série de normas para minimizar a utilização indevida de uso capião, construções a menos de 50 metros de nascentes de rios, entre outras irregularidades. A Prefeitura também é apontada como um órgão que não fiscaliza e que já passou tratores em área de preservação.

É um dos poucos bairros do município cercado por muita água, a ponto da Sanepar ter uma unidade coletora no local. Diversos moradores, entre cerca de 2 mil que residem no local, se abastecem com poços artesianos da região. Eles consideram normal que o mercado imobiliário tenha descoberto as vantagens de se morar em terrenos mais baratos do que outros bairros, mas questionam a falta de fiscalização. 

Para o presidente da Associação dos Moradores Amigos do Núcleo Residencial Del Rey, Clovis Zeiser, a normatização da Prefeitura é um avanço, porém, falta maior presença do Poder Público para a comunidade, fauna e flora. “O número de estudantes já necessita de um colégio no bairro. Sobre a especulação imobiliária, isso acontece e é quase inevitável, mas pelo menos cada banco que financia registra quem são os compradores. A nossa preocupação é com pessoas de má fé que se apropriam de áreas, incluindo da Prefeitura, e entram com processo de uso capião, sem ter esse direito, o que traz para o bairro gente de origem duvidosa”, questiona Clovis Zeiser. 

Ainda segundo o presidente da associação, a Prefeitura é proprietária de vários lotes porque antigamente existia a ideia de desenvolver um grande horto municipal. A reportagem apurou que uma parte considerável dos terrenos, além de estar ocupada ilegalmente, teve as árvores derrubadas e a madeira comercializada. Áreas de preservação biológica e de preservação permanente foram cercadas. Algumas possuem pequenas casas de madeira enquanto outras tiveram residências de alvenaria levantadas. 

Imobiliárias contam que é comum compradores de terrenos saberem que já existe um titular da área apenas depois de adquirirem os lotes, ou que o terreno está em condição irregular. O corretor imobiliário e proprietário da Kahell Imóveis, Gilmar Kahel, confirma estes casos.

Árvores em lotes da Prefeitura foram cortadas e provavelmente a madeira usada por invasores

“O Del Rey é um bairro privilegiado que pode oferecer qualidade de vida ímpar aos seus moradores. É importante que os interessados procurem as imobiliárias para terem a regularidade documental, inclusive perante os órgãos municipais, como Meio Ambiente”, diz Gilmar Kahel. 

O Projeto Lei nº 431, de 18/11/2011, da Prefeitura de São José dos Pinhais, encaminhado para a Câmara de Vereadores, reconhece que a especulação imobiliária no Del Rey tem ocasionado um intenso desmatamento. “Faz-se necessária a atuação do Poder Público (...) para proteção dos são-joseenses que – induzidos em erro por especuladores -, estão adquirindo terrenos no local e, inadvertidamente, suprimindo a vegetação sem autorização, aterrando nascentes e construindo casas sem qualquer orientação, degradando o Meio Ambiente”, cita a normatização para uso e ocupação do loteamento Núcleo Residencial Del Rey. 

O PautaSJP.com procurou a Prefeitura para ter informações sobre a responsabilidade do Executivo na fiscalização do bairro, e a denúncia de que haveria uma área de preservação em que a entrada foi aberta pela Prefeitura. A Assessoria de Imprensa comunicou que vai definir se as informações serão esclarecidas via secretaria de Habitação ou de Urbanismo. 

Fonte: PautaSJP

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