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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Oficina proporciona a crianças contato com a cultura afrobrasileira

Crianças aprendem a confeccionar instrumentos musicais 

Para um grupo de crianças do bairro São Judas Tadeu, em São José dos Pinhais, a musicalidade brasileira ganhou novo significado. Além de tocar e dançar ritmos afrobrasileiros na Oficina Kizomba (Na Roda com a Cultura Afro), promovida pela Prefeitura, os alunos aprendem a confeccionar seus próprios instrumentos musicais. As alfaias, tambores típicos do maracatu, são montadas e pintadas pelas crianças, que vão utilizá-los no desfile da 13ª edição do Carnaval de Bonecos de São José dos Pinhais que acontece no próximo dia 11.

Gheraldy Leão, de 13 anos, já participou do Carnaval de Bonecos, mas não conhecia as alfaias. “Vai ser diferente participar do Carnaval fazendo música, além do mais, temos os melhores professores do mundo”, afirma animado. Bruno da Silva, de 12 anos, já tomou gosto pela música e, segundo os educadores, é um dos melhores tocando o tambor do maracatu. “Eu gosto muito de tocar, é bem legal. Vai ser legal tocar no Carnaval”, afirma.

De acordo com o arte educador e integrante do grupo musical Curucaca, Krysthian Ratier, participar da construção do instrumento faz parte do processo de aprendizagem do que é a musicalidade brasileira. “Queremos que os alunos entendam a cultura afro e do homem caboclo, e que sejam agentes educadores entre os seus pares e espalhem esse conhecimento”, diz.

Alunos aprendem o manuseio e confecção das alfaias

Leonardo da Cruz - o Kunta, educador físico e dançarino do grupo Kundun Balê, pertencente à comunidade quilombola Invernada Paiol de Telha, explica que o projeto Mulheres da Paz, promovido pela Secretaria Municipal de Segurança em parceria com o Ministério da Justiça, auxilia a oficina na busca de jovens em situação de vulnerabilidade social e em situação de rua para participação. “Esse conteúdo também tem o objetivo de reforçar a Lei 10.639/03, que trata sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira como temática educacional”, destaca.

Bruno aprende a confeccionar e já tomou gosto em tocar a alfaia, graças às oficinas

A oficina é ministrada pela Escola de Linguagens Culturais da Secretaria Municipal de Cultura, e tem o objetivo de divulgar e valorizar as influências africanas e afrobrasileiras em toda a cultura nacional, com ênfase na cultura contemporânea, incluindo a música, as artes cênicas, a literatura e a culinária. 

Para o secretário de Cultura em exercício, Lisandro César Vieira, o ensinamento das oficinas é muito rico. “Queremos que esses alunos tenham um conhecimento mais amplo a respeito das influências que a cultura afro tem na cultura brasileira”, disse.

Sobre o Instrumento

A alfaia recebeu este nome porque antigamente os escravos ganhavam dos alfaiates os tambores que vinham com tecidos da Europa, e confeccionavam os instrumentos utilizando corda e pele de bode. Na Oficina Kizomba, os alunos pintam manualmente os tambores e entendem o funcionamento e a dinâmica do som no instrumento.

Fotos: Sílvio Ramos
Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais

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