Igidio Pedrine é um dos aposentados da Casa de Repouso Santa Luzia
São José dos Pinhais possui mais de 40 entidades sociais cadastradas na Prefeitura. A grande maioria, que atende idosos, é mantida pela aposentadoria dos internos e pagamentos de mensalidades pelos responsáveis. Quando existem visitas de parentes e amigos os idosos ficam contentes em rever a família e conhecerem novas pessoas. Mas um caso ocorrido na cidade causa preocupação quando as instituições recebem todos de portas abertas, pois a crueldade às vezes é maior que a solidariedade. Em 2010, o aposentado Igidio Pedrine tocava seu acordeon de 80 baixos e um visitante experimentou o instrumento e apontou que precisava de conserto. Ele disse que levaria o acordeon e o devolveria consertado. Hoje, para ter música, resta a Igidio apenas seu rádio.
Aos 70 anos, Igidio Pedrine é um dos moradores da Casa de Repouso Santa Luzia, entidade social do Bairro Cidade Jardim, onde também residem 37 pessoas, entre homens e mulheres. Há dois anos, quando teve roubado seu acordeon, o café da tarde com os companheiros passou a ter um silêncio que aumenta a saudade de músicas como Asa Branca. Era uma época em que idosos e idosas chegavam a fazer baile no pátio da entidade.
Cafés da tarde na instituição social não possuem mais música para alegrar os internos
“Eu tinha um acordeon de 80 baixos, que foi o último que usei quando tocava em bailes lá em Ponta Grossa, antes de vir para São José dos Pinhais”, lembra o aposentado, nascido em Herval do Oeste, Santa Catarina, pai de três filhas. Em Pato Branco, morou quase 40 anos onde vivia e tinha um sítio, e trabalhava com serraria e caminhão.
“O meu lazer e complemento de renda era tocar valsa nos bailões e casamentos. Vim para cá em 2006. Aqui eu tinha uma gaita, mas mandaram arrumar e ‘filaram’ o meu instrumento. Se um dia aparecer um acordeon 80 baixos, nem que seja usado, eu volto a tocar”, fala Igidio.
De acordo com a coordenadora da casa lar, Regina Costa, a entidade nunca havia tido a presença de um enganador
A coordenadora da casa de repouso, Regina Costa, diz que em muitos anos de acolhimento dos idosos foi a primeira vez que o local recebeu a visita de um aproveitador. “Nunca tinha acontecido algo assim, pois quem nos procura chega com intenção de ajudar, comenta Regina. Ainda segundo a coordenadora, ela desconhece histórias de aposentados enganados por pessoas de fora em outras instituições sociais de São José dos Pinhais.
Amanhã (06), será publicada a segunda matéria sobre o tema.
Fonte: PautaSJP
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