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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Burocracia atrasa entrega de ponte

Uma reivindicação antiga dos moradores da Vila São Ju­­das Tadeu, em São José dos Pi­­nhais, tem esbarrado na burocracia do poder público. Desde 2005 os habitantes da região pedem uma ponte sobre o Rio Iguaçu, que ligue a localidade a Curitiba, sem a necessidade de passar pela BR-277. A ponte, que está em fase final de construção, depende do trabalho das prefeituras dos dois municípios, além da participação do governo do estado. Por envolver diversas esferas públicas, a obra sofre paralisações constantes, segundo moradores.

A vila fica às margens da BR-277, que ainda é a principal via de acesso entre o local e Curitiba. Na região vivem cerca de 500 famílias, em torno de 1,5 mil pessoas, segundo a prefeitura de São José dos Pinhais. A reivindicação só foi atendida em 2010, quando as duas prefeituras iniciaram os trabalhos no empreendimento e o governo do estado cedeu vigas de superestrutura.

Henry Mileo/ Gazeta do Povo / Finalização depende da construção de aterros:  prefeitura de Curitiba prevê entrega em até 45 dias
Finalização depende da construção de aterros: prefeitura de Curitiba prevê entrega em até 45 dias

Passados dois anos do início dos trabalhos, a construção da ponte está parada desde o fim do ano passado. A estrutura da ligação entre os municípios está pronta, mas falta fazer o aterro nas cabeceiras para que veículos e pessoas possam transitar entre as cidades sem passar pela BR-277. Enquanto a ponte não fica pronta, as famílias têm de fazer um retorno pela rodovia, no cruzamento com a Avenida Rui Barbosa, o que aumenta o tempo de viagem de quem está de carro ou a pé.

Caminho difícil

Hoje, o trajeto de carro até a capital leva 15 minutos quando o trânsito não está con­­gestionado. “Em horários de pico a gente demora até 40 minutos para atravessar a divisa com Curitiba”, comenta Denilson Primo, vice-presidente da associação de moradores do bairro. Unidades de saúde, creches e estabelecimentos comerciais são o destino de muitos dos que utilizam o caminho.

Primo ainda revela que seria melhor para a população da região que os ônibus passassem pela Rua Antônio Leandro de Souza, onde fica a ponte. Alguns habitantes do local reclamam que, como as linhas metropolitanas passam pela rodovia federal, o acesso é perigoso por causa da alta velocidade dos veículos e da violência na região. “Com o ônibus dentro do bairro isso melhoraria”, diz o motorista Robson dos Santos, que mora no local.

Procurada, a prefeitura de São José dos Pinhais disse que a parte que dependia do município em relação a obra já foi concluída em 2011. O poder público da cidade não informou sobre a possibilidade da passagem de linhas de ônibus na nova ponte. A prefeitura de Curitiba disse que a finalização da construção depende somente dos aterros para a ligação das ruas com a estrutura já montada. O município vai utilizar o material restante de outras obras para concluir o trabalho. O prazo para a finalização, segundo a prefeitura de Curitiba, é de até 45 dias. Ninguém foi encontrado para falar sobre o caso no governo do estado.

Condição
Comunidade reclama do isolamento

A construção da ponte entre São José dos Pinhais e Curitiba é apenas uma das reivindicações da população. No bairro, não há creches nem unidades de saúde. Os serviços mais próximos, no município, estão em bairros distantes. A opção é utilizar unidades de saúde e escolas localizadas em Curitiba, no bairro Cajuru. Segundo o vice-presidente da associação dos moradores, Denilson Primo, tudo funciona no improviso. “O presidente da associação cedeu espaço para a creche e uma igreja deixou a gente usar um espaço para o posto de saúde.”

A prefeitura de São José dos Pinhais informou que não pode construir creches e postos de saúde no bairro, pois as famílias estão em uma Área de Preservação Permanente (APP), que fica próxima ao Rio Iguaçu. A intenção, segundo a prefeitura, é retirar as famílias da região, pois apenas 20% delas estão em situação regular e o restante está em áreas de invasão. No último dia 27 de março, representantes da Secretaria de Habitação de São José dos Pinhais, da Companhia de Habitação do Paraná e da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba estiveram no bairro para fazer o levantamento da situação e avaliar a possibilidade da compra de todos os terrenos e realocação das famílias.


Fonte: Gazeta do Povo

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