Vacinação em massa na população paranaense está descartada, segundo a secretaria de Estado da Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde confirmou ontem (25) a morte de três pessoas por Gripe A (H1N1) em São José dos Pinhais, que fazem parte de 180 casos registrados no Paraná este ano. Outros dez óbitos da doença foram em Curitiba (2), Ponta Grossa (1), São Mateus do Sul (1), Astorga (1), Apucarana (1), Cornélio Procópio (1), Tibagi (1), Capitão Leônidas Marques (1) e Siqueira Campos (1). Foram 11 mortes em junho. Os dados são da Sala de Situação da Gripe, que monitora e investiga todos os casos suspeitos da doença no Paraná. A secretaria diz que tem medicamentos suficientes, o reforço é na vacinação aos grupos mais suscetíveis. A vacina em massa está descartada.
No dia 20 de junho, de acordo com o secretário, Irvando Carula, não haviam mortes na cidade, apenas dois casos registrados laboratorialmente, e de pessoas que passam bem.
“As medidas preventivas são as mesmas, com a abertura de janelas para que haja renovação do ar, uso do álcool gel em locais de acesso do público e no caso de tosse as pessoas devem tapar a boca com lenços descartáveis”, resumiu o secretário Irvando Carula.
Diagnóstico
Para a coordenadora da Sala de Situação, Ângela Maron, o aumento no número de mortes pode estar associado ao diagnóstico tardio da doença. “Realizamos na semana passada uma videoconferência com as regionais de saúde para reforçar a necessidade de uma maior atenção das equipes municipais em relação à gripe”, explicou Ângela Maron.
Outra medida, determinada pelo secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, no último dia 15, é a descentralização do medicamento oseltamivir para abastecer municípios e hospitais privados que atendem a demanda de urgência e emergência no Paraná. A medida coloca à disposição da população 200 mil tratamentos contra a gripe, o que corresponde a dois milhões de cápsulas do oseltamivir.
Com o fim da pandemia, em agosto de 2010, a gripe deixou de ser uma doença de notificação obrigatória. O monitoramento é feito a partir de exames laboratoriais de pacientes que apresentam síndromes gripais ou síndromes respiratórias agudas graves. O objetivo é ter índices de amostragem da população e identificar os vírus respiratórios que mais circulam no Paraná, visando a indicação de tratamento adequado.
O Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) está trabalhando em caráter de plantão para processar todos os exames. De acordo com a diretora do Lacen-PR, Célia Fagundes, após a chegada do material biológico o resultado final do exame sai em um prazo máximo de 72 horas. “Estamos analisando cerca de 100 amostras todos os dias, inclusive nos finais de semana”, afirmou Célia Fagundes.
A Secretaria de Estado da Saúde formará um comitê intersetorial permanente para discutir assuntos relacionados à infectologia. O grupo também será responsável por propor outras medidas para o enfrentamento da gripe no Estado. O comitê contará com a participação de entidades médicas na área de infectologia, representantes de hospitais, secretarias municipais de saúde e outros órgãos governamentais.
O secretário Michele Caputo Neto, afirmou nesta semana, durante videoconferência com as 22 regionais de saúde, que o Paraná vai pedir ao Ministério da Saúde novas doses de vacina contra a gripe para reforçar a imunização, atendendo os grupos mais suscetíveis.
De acordo com Caputo Neto, o Estado está preparado para enfrentar a gripe A - um dos três tipos de influenza contra os quais a vacina oferece proteção - e, apesar do aumento no número de casos este ano, não há motivo para pânico ou medidas mais drásticas. Ao contrário do que ocorreu em 2009, o Estado tem medicamento em volume suficiente e adotou medidas preventivas.
“Além de vacinarmos mais de 1,5 milhão de paranaenses dos grupos prioritários, já descentralizamos o tratamento, repassando o antiviral oseltamivir para os municípios e inclusive para hospitais privados, produzimos material informativo e instalamos a sala de situação da gripe para o monitoramento constante”, afirmou o secretário.
Ainda segundo Caputo Neto, mais vacinas devem chegar ao Estado na próxima semana. “Desde o início do ano, quando representava a região Sul na Comissão Intergestores Tripartite, reivindiquei mais vacinas para os três estados, que têm um clima mais favorável ao aparecimento de síndromes respiratórias. Também vou solicitar o remanejamento de vacinas de outros estados que não registram casos da doença e que não atingiram as metas de vacinação propostas pelo Ministério da Saúde”, disse.
O secretário ressaltou que não há como promover uma campanha de vacinação em massa. “O governo federal não tem como adquirir vacinas para toda a população e o laboratório produtor não tem condições de produzir doses suficientes”, disse. Segundo ele, as doses extras que o Paraná conseguir serão destinadas a pessoas que apresentam fatores de risco para a doença ou grupos mais suscetíveis, como crianças de até cinco anos que frequentam creches públicas.
Fonte: PautaSJP com informações do governo do Estado
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