Thomas Schmall afirma que um sindicato deve servir para representar os trabalhadores
Jogando mais duro, com uma estratégia que preferiu chamar de “acerto na comunicação com os funcionários”, o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, conseguiu tornar mais competitiva a fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. “Ninguém conhece aquela fábrica como eu”, disse Schmall em entrevista a um grupo de jornalistas nesta quarta-feira, 28.
“Reunimos os trabalhadores do Paraná, mostramos algumas notícias sobre investimentos recentes em outras fábricas (Taubaté e São Carlos) e perguntamos a eles: “Por que vocês acham que não há notícias desse tipo sobre esta fábrica?” Foi assim que conseguiu dobrar os trabalhadores.
Por um momento, Schmall pensa alto, em tom de desabafo: “O sindicato (dos metalúrgicos) tem o papel de representar os funcionários. Não é uma empresa criada para trabalhar contra a Volkswagen”, disse Schmall aos jornalistas.
A pacificação chega em boa hora. A fábrica paranaense estaria em seu limite por causa da demanda aquecida pelo Fox, trabalhando inclusive nos fins de semana e produzindo 840 carros por dia. “Com um pequeno investimento, poderemos facilmente elevar esse número para mil carros ao dia”, afirmou o executivo.
Schmall não cravou números exatos sobre o investimento, apenas confirmou a possibilidade. Segundo o presidente da VW, dos R$ 8,7 bilhões a ser investidos até 2016, dois terços serão em produtos e o restante em estrutura. Por não acreditar em um crescimento expressivo do mercado em 2013, Schmall não confirmou novos investimentos em Taubaté por não ver a real necessidade para que isso ocorra no momento.
Ele acredita em crescimento de 2% do mercado em 2013 e em um início de ano fraco, já que muitos daqueles que trocariam de carro em janeiro ou fevereiro (meses tradicionalmente ruins) anteciparão a compra por causa do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, que não deve ser prorrogada novamente.
Foto: Mário Curcio
Fonte: Automotive Business
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