Os donos de um mercado que se utiliza da caderneta, Salete e Carlos Tizo. A cliente Silvia Maciel prefere pagar a vista.
Em São José dos Pinhais, ainda existem comércios que não se utilizam apenas de dinheiro, crediário, cheque e cartões para manterem clientes. Nos bairros e até mesmo no centro, fazer compra e marcar na caderneta para pagar depois continua sendo muito comum, porém, esta opção não é a preferência entre os comerciantes.
No bairro Cidade Jardim, próximo ao terminal central, existe há 13 anos um pequeno mercado de Salete Zanon Tizo e Carlos Agostinho Tizo. O casal veio do interior do Paraná para trabalhar com o mercado. Salete conta que tenta parar de vender fiado, pois teve muitos prejuízos. “Fazemos fiado somente para os conhecidos e vizinhos, mas, mesmo assim, levamos calote e muitas vezes eu que não sei dizer não, para não ficar chato”, fala Salete Tizo.
Carlos Tizo diz que há casos de clientes que deixam de pagar por meses e passam em frente ao seu estabelecimento com sacolas de outros mercados e desviam os olhares. “É uma situação chata e ficamos nervosos. Estamos tentando reduzir, só quem paga direitinho é que manteremos”, projeta Carlos Tizo. A cliente do pequeno mercado, Silvia Almeida Maciel, prefere pagar a vista “Para mim é o mais honesto, depois a conta só aumenta e com ela os juros”, diz Silvia Maciel.
Filomena Sordi Gimenez, sócia e proprietária de um pequeno mercado no bairro Afonso Pena, veio da cidade de Altônia, Sudoeste do Estado. Na opinião de Filomena, vender fiado serve para preservar os antigos clientes, já que não pode competir com os grandes mercados.
“É um risco, mas é vantajoso, não podemos concorrer com os grandes” garante. Com cerca de 15 anos trabalhando no ramo, confessa que já levou muitos calotes, mas que corre atrás para receber. “Os clientes antigos que anotamos na caderneta variam entre empresários até catadores de papel. Vendo para quem trabalha nas lojas ao redor e até mesmo para quem não tem emprego fixo. Quanto aos novos, tem que ser a vista”, define Filomena Gimenez.
Em São José dos Pinhais, não são apenas mercados que vendem com anotações no caderninho. Uma ótica no Afonso Pena atende seus clientes dessa forma. Segundo a vendedora da loja, Andressa Gonçalvez, isso se tornou um hábito e não uma maneira de manter os clientes. A funcionária conta que há onze anos a ótica funciona assim, mesmo recebendo pagamentos em cartões. “A proprietária tem o hábito de vender fiado, mas somente para amigos, parentes e clientes antigos”, lembra Andressa Gonçalvez.
Boleto do fiado em casa
No caso do Esmeraldo José dos Reis, proprietário há 19 anos de uma loja de ferragens no Afonso Pena, no fim do mês ele envia a conta para a casa dos clientes. “Aqueles que estão fidelizados e muito antigos assinam uma nota que vai para a residência deles em forma de boleto ou outro local que o cliente escolher, porém, não escapamos de calotes”, avalia Esmeraldo Reis.
Fonte: PautaSJP
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