São duzentos relógios de parede, de cuco ou carrilhão musical. Evandro e Flávio não revelam por nada o custo das aquisições.
O fascínio por consertar e conferir um caráter eterno a aparelhos de rádio e relógios de parede antigos, com mais de 50 anos, fez dos irmãos Evandro, 38 anos, e Flávio Andraski, 34 anos, respeitáveis colecionadores de relíquias. Conhecidos como os dois irmãos de São José dos Pinhais, eles são sócios em uma oficina industrial e parceiros no apreço de garimpar componentes, peças e novos objetos ou parte deles que, em 15 anos, preenchem vários espaços nas casas e no trabalho de ambos.
Na conta da dupla, os relógios de parede (de cuco ou carrilhão musical) já somam duzentos, totalmente reparados. Os rádios (como RCA Victor e Zenith 9S232 Shutter Dial Walton) já ultrapassaram a marca de quatrocentos. E ainda existem os itens que estão em processo de restauração. “A internet ajuda a encontrar muita coisa no eixo entre São Paulo e Rio Grande do Sul, mas estamos sempre de olho em todos os tipos de lugares que possuem objetos antigos”, explica Evandro.
Ele conta que o então padre Domingos Salomão Kachel (hoje monsenhor), da Matriz de São José dos Pinhais, certa vez o presentou com um relógio de corda alemão modelo Gustav Becker. “Eu cuidava do sino da igreja e todo mundo aqui já conhece o quanto gostamos de coisas antigas”, diz Evandro. Outra vez, eles conseguiram comprar todos os componentes eletrônicos da loja que pertencia a um dos primeiros radioamadores do Paraná. Mas os dois desviam do assunto quando são questionados sobre o custo dessas aquisições. “Certa vez eu questionei a minha esposa sobre quanto ela tinha pago em uma mesa de jantar e ela disse que bem menos do que eu gasto com isso”, sinaliza Flávio.
O curioso é que enquanto o relógio de parede possui um sistema mecânico, o rádio é eletrônico, mas ambos cativam os irmãos. “O Evandro fica mais com a parte dos sistemas, eu gosto de restaurar a madeira e quanto é algo mais complicado recorremos a um marceneiro muito bom daqui de São José”, explica Flávio.
Da destruição pra construção
Apaixonados por restaurações, irmãos não vendem os objetos.
A habilidade para consertar relógios e rádios não veio por acaso. Foi adquirida na infância, com a destruição de muitos eletrodomésticos. “Teve uma vez que nos escondemos embaixo da cama para desmontar o espremedor de frutas da mãe”, conta Evandro. E nem as palmadas recebidas continham a vontade da dupla. “Até deixávamos a cinta mais larga, que nem dói, ao alcance da mãe, assim ficava tranquilo desmontar tudo”, complementa Flávio. Eles reconhecem, porém, que a satisfação de consertar é melhor. E esse prazer é tão grande que vender esses objetos está fora de questão. “Podemos até presentear alguém, mas vender não”, afirma Evandro.
Fonte: Paraná Online
Ufa!! Pensei que só eu era maluco (minha esposa fala isso). Tenho mais de sessenta relógios em casa e já não tenho mais espaço e continuo comprando (rs). Parabéns aos irmãos Evandro e Flávio pela bela coleção. É a história de uma época que preservamos e isso é muito legal. Um grande abraço aos dois irmãos.
ResponderExcluirMarco Antonio - Macaé RJ
vc nao tem um email para que possamos comunicar obrigado. julio cesar.
ResponderExcluirAcho que vi um ansonia sharp gothic na cole;'ao preciso das medidas e detalhes para fazer uma caixa igual
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