Nos dias 22 e 23 de janeiro deste ano, os dois únicos repórteres do Metrópole, tradicional diário de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), pediram demissão. Eles cumprem aviso prévio. O editor, que também ia sair, permanece após negociação com o dono do periódico.
Segundo Tânia Jeferson, primeira jornalista a se demitir, a saída dos três membros da equipe —efetivamente, de dois — não foi uma ação orquestrada, conforme noticiado em um blog, mas uma decisão individual. "Eu fui e pedi demissão, outro jornalista se encheu e pediu demissão, o editor também. Havia salários atrasados desde dezembro, não recebemos o 13º... Só eu estou com três férias atrasadas", explicou ela, que cobria "Geral" e editava os cadernos de "Saúde", "Feminino" e "Imobiliário".
A repórter trabalhou oito anos no Metrópole, em duas passagens. Após os primeiros quatro anos sem registro na carteira, ela saiu e ficou dez meses em outro veículo, mas foi convidada a retornar e aceitou. As coisas iam bem até cerca de um ano e meio atrás. "Primeiro, ficamos sem carro para fazer reportagem —íamos com carro próprio, sem seguro — e depois sem auxílio-combustível. A situação foi piorando", lembra. Nesse período ela não recebeu em dia um mês sequer. "Não dava para se programar para nada", lamenta.
Após o pedido de demissão, os jornalistas receberam o salário de dezembro, restando apenas os do início desde ano, o 13º e outras pendências pontuais, como férias atrasadas. Segundo Tânia, as demissões não eram esperadas pela direção do jornal.
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com o empresário Ary Cruz, diretor doMetrópole, e dono do Complexo Gráfico Helvética, um dos maiores de Curitiba.
Fonte: Portal da Imprensa
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