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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Vida de Cão: mulher abandonada vive em uma casa de cachorro em São José...


Um terreno baldio localizado na Rua João de Fraga Neto no bairro Guatupê em São José dos Pinhais, tem se tornado um palco de acontecimentos depois que uma mulher abandonada passou a viver em uma casinha de cachorro. Segundo informações da comunidade local a senhora vive assim a pelo menos seis anos. Nossa equipe de reportagem buscou informações com moradores próximos e constatou que a família da senhora mora a poucos metros do local onde vive em completo abandono. A senhora que atende pelo nome de Neuseli, tem aproximadamente 47 anos, em alguns momentos mostra total lucidez e conversa com as pessoas, mas que nem sempre é assim, na maioria das vezes mostra-se eufórica, outrora agressiva, e em outras com manias de perseguição e alucinações.

Segundo relatos de populares que conhecem Neuseli, ela foi casada com um homem de nome Osmar e tem três filhos que sabem da atual situação da mãe. Nossa reportagem descobriu que uma das filhas é menor e se chama Camila, os irmãos são maiores um se chama Ronaldo e o outro Diego. Informações no local dão conta que a senhora já foi internada, mas que não há uma continuidade no tratamento, sendo que quando levada pelo Samu, Assistentes Sociais etc., retorna as ruas e muitas vezes é devolvida ao mesmo local pela própria ambulância que horas antes havia a levado.
Descaso e condições subumanas

Além do descaso da família e do poder público, a situação registrada de como vive esta mulher são inferiores a de um animal, não que eles não mereçam, mas estamos falando de um ser humano. As condições são de degradação, abaixo dos limites do que pode ser considerado humano.
Família

Segundo informações a família deixou à senhora cair nessa decadência desenfreada no que tange a saúde mental, sem um atendimento profissional, sem o tratamento com remédios etc. Por se tratarem de filhos não caberia a eles tomarem a frente da situação em definitivo para melhorar a qualidade de vida da mãe?

Poder Público

No Brasil o direito à saúde mental é amparado por lei. Segundo moradores da localidade o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) conhecem a situação e já atuaram no caso, mas por alguma razão as ações não avançam para uma solução definitiva. Seria omissão do Estado ou da família? Neste caso a família possui condições para dar abrigo, e mesmo que não tivesse, e aí entra o poder público, essa senhora deveria estar abrigada em um serviço residencial terapêutico conforme manda a lei, não a mercê da própria sorte. Quando a pessoa é liberada de uma suposta internação, ela não deveria em tese retornar ao convívio do lar ao lado de seus familiares, quando que neste caso o retorno é sempre para o mesmo local de captura, ou seja, a rua. É o que diz a comunidade local.

Abuso Sexual:

Outra situação observada por populares é a exploração sexual vivida por essa senhora. É comum vê-la “nua” pelas ruas, quando não agarrada por homens meio ao mato nos diversos terrenos baldios da região. Não há nessa história alguma coisa fora dos eixos? Neste caso a Lei garante a ela ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração. Ela não deveria estar sendo tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, e alcançar sua recuperação pela inclusão na família, no trabalho e na comunidade como sugerem um parágrafo da Lei Federal n10.216/2001

Essa reportagem é objeto de várias solicitações de pessoas que se sentem mal ao passarem e ver a situação deplorável vivida por um ser humano, contudo uma figura frágil representada aqui por esta senhora. Nosso levantamento jornalístico é sério, desprovido de má-fé, voltado apenas em atender aos interesses da sociedade, como foco na informação.

Fonte:Regis Santos

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