"Ficar em casa não me pareceu a melhor escolha", lembra João Pereira
No dia 26 de janeiro, o morador no bairro Borda do Campo, João Pereira, como em outros dias do mês, mais uma vez saiu de casa às 6h para trabalhar. Era o primeiro dia da greve de ônibus. Quando João chegou à BR 277 e notou que não havia transporte coletivo não pensou duas vezes e teve uma atitude que é muito rara nos dias de hoje. Ele ajeitou sua mochila nas costas e começou a andar. Após 14 km de caminhada, chegou na sede da empresa em que trabalha na Avenida Rui Barbosa e surpreendeu a todos, pois foi o único a aparecer entre os empregados que não possuem carro ou moto. A história deste são-joseense de 63 anos lembra a vida do norte americano James Robertson, de Detroit. James encarava diariamente um trecho sem ônibus de 37 km, incluindo dias de neve. O americano ganhou um carro e quase R$ 1 milhão em dinheiro de internautas como recompensa.
Com humildade, João Pereira fala que não foi nada de mais, apenas fez o que podia para ir trabalhar. “Desde criança meus pais me orientaram a fazer a minha parte. Ficar em casa não me pareceu a melhor escolha”, diz o funcionário da Ecosystem, empresa de poda de árvores e roçada.
No dia 26, João encarou a BR 277 mesmo com dores nas costas. “Eu sofri um grave acidente de carro há alguns anos e às vezes fico muito doido”, lembra João Pereira. Sua vontade de trabalhar é elogiada pela esposa, Cacilda Maria Nunes. “Ele vai com chuva ou sem chuva e com dor ou sem dor, e isso que trabalha com uma roçadeira”, conta a mulher de João.
E os 14 km naquele dia não foram feitos devagar, pois quando Pereira apareceu para trabalhar o relógio marcava 9h45. O esforço foi reconhecido pela diretoria da empresa que o presentou com uma bicicleta.
Fonte: PautaSJP
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