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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Associação de Ginástica Rítmica desenvolve trabalho no município

Projeto social nasceu na periferia de Curitiba e sobrevive à falta de apoio


Fazer Ginástica Rítmica tornou-se o sonho de muitas meninas e acabou virando realidade para mais de cem crianças, independentemente de classe social. Através da Associação de Ginástica Rítmica (Aginarc), acolhida pelo município de São José dos Pinhais no final de 2008, meninas carentes têm a oportunidade de praticar o esporte. Elas participam de diferentes níveis de competições municipais, estaduais e nacionais e já defenderam a seleção brasileira no Pan-americano Juvenil em Cuba, no ano de 2009.

O projeto tem parceria com a prefeitura e é realizado através da Secretaria de Esporte e Lazer. São atendidas alunas de 6 a 16 anos, separadas nas categorias pré-infantil, infantil, juvenil e adulto. Ao todo, 30 meninas compõem a equipe oficial e 90 fazem parte da escolinha. As aulas são voltadas ao alto rendimento e por isso necessitam de treinos todos os dias. As atividades são realizadas no contra turno escolar das crianças. Tanta dedicação já vem mostrando resultados. Em Cuba, a equipe conquistou o segundo lugar por aparelho e a terceira colocação geral. Neste ano, as ginastas participaram de um torneio nacional realizado em Fortaleza, disputaram o Paranaense Juvenil e logo em seguida o Campeonato Brasileiro.

As aulas acontecem nos ginásios de esportes Colônia Rio Grande e Cidade Jardim e visam além do esporte, o aprendizado. “É um projeto maravilhoso, porque essas meninas poderiam estar na rua, sem ter o que fazer. O esporte ajuda a melhorar o rendimento escolar das atletas e é uma alegria proporcionar isso a elas”, afirmou a coordenadora do projeto Rogéria de Castro Santos. Para a ginasta Sabrina dos Santos, de sete anos, a Ginástica Rítmica abre portas para um futuro melhor. “Entrei na Aginarc há pouco mais de um ano e meu sonho é ganhar muitas medalhas”, declarou.

A ginástica rítmica é um esporte olímpico que combina elementos de balé, ginástica e dança teatral, em harmonia com a música e coordenados com o manejo dos aparelhos próprios da modalidade, que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. As apresentações podem ser individuais ou em conjunto. Luana Isabele dos Santos, de 16 anos, conta que flexibilidade, atenção, desenvolvimento com a música e facilidade de aprender movimentos são características fundamentais para se obter sucesso no esporte. Campeã pan-americana, ela fala sobre a responsabilidade de representar o Brasil em Cuba. “Foi uma experiência única, que me trouxe muito aprendizado. Eu gostei muito de conhecer outro país e perceber a variação de nível da Ginástica Rítmica nas atletas cubanas”, ressaltou.

Projeto nasceu na periferia

A Associação de Ginástica Rítmica (Aginarc) foi fundada em Curitiba, no ano de 2000, quando a treinadora Simoni Valente Ribeiro decidiu oferecer o esporte à comunidade. Foi às escolas, divulgou na região e no dia do teste 616 meninas estavam atrás de uma vaga. Cinquenta foram selecionadas. As dificuldades sempre foram grandes. Elas tiveram de deixar o espaço que treinavam e em 2006, o projeto foi acolhido pela Igreja Nossa Senhora da Conceição, na Vila Fanny. A associação pagava R$ 1 mil de aluguel e outras despesas e contavam com o auxílio da comunidade.

Em 2008, o projeto acabou por falta de verba e no final desse mesmo ano, foi acolhido pelo município de São José dos Pinhais. Rogéria conta que ela e seu marido Paulo Roberto dos Santos – atual presidente da Aginarc – assumiram a responsabilidade de dar continuidade à associação. “Com uma filha atleta, nós acabamos criando amor pelo esporte”, destaca.

Jéssica Cristina Belo tem 20 anos e é umas das quatro meninas de Curitiba que ainda participam dos treinos. A atleta mora na favela do Parolin e nunca teve condições de pagar para fazer os treinamentos. Jéssica conhece o esporte há dez anos e a origem do projeto se deu pela necessidade de dar oportunidade na Ginástica Rítmica para meninas que se encontravam nessa mesma situação. “Várias coisas que aconteceram na minha vida foram através da ginástica. Tem várias meninas que não têm condições de pagar e elas gostam de estar aqui na associação. Hoje eu dou treinamento e não me imagino fora da ginástica”, afirma.

Para mais informações sobre a Aginarc São José dos Pinhais, entre em contato com Rogéria de Castro Santos pelo telefone (41) 8400-7425 ou com Paulo Roberto dos Santos no (41) 8416-1630 e também pelo e-mail aginarc@hotmail.com.

Foto:Camila Souza de Camargo

Fonte: Coração de Estudante

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