Segundo fiscais que atuam no Urbanismo, agentes na pasta são apenas três
Durante uma das diligências da Comissão Municipal de Combate à Invasão no bairro Del Rey, localidade onde moram cerca de 2 mil pessoas e que passa por amplo crescimento imobiliário, fiscais da Prefeitura de São José dos Pinhais criticaram o fato da equipe que trabalha na Secretaria de Urbanismo ser composta por apenas três servidores, para fiscalizar uma cidade de quase 300 mil habitantes. Sobre as ações punitivas e preventivas que envolvem sete secretarias, a delegacia do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná aponta que a medida deve manter o caráter de urgência, e rebate críticas de pessoas apontadas como especuladores.
Para o agente fiscal Renato Silveira, somente com a contratação de mais servidores seria possível fiscalizar corretamente o município. “Com as construções ilegais ou que apresentam erros de edificação nós temos muito trabalho. O caso do Del Rey já consome muito tempo, o que dizer de fiscalizar as áreas de invasões e ainda nos dedicarmos a outros bairros, ou seja, a uma cidade inteira”, indica Renato Silveira.
A opinião é compartilhada pelo fiscal Paulo Nenevê. “Em pastas como na Secretaria de Finanças trabalham mais de dez agentes fiscais. A proposta de reorganização das atividades foi encaminhada para nossos superiores e esperamos que ocorra um aumento na equipe”, diz Paulo Nenevê.
A reportagem entrará em contato com a Secretaria de Urbanismo para saber de previsão de mais colaboradores. Sobre a comissão contra invasões, segundo o delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná, Dilermando Eleutério, é importante esta ação que envolve diferentes secretarias na fiscalização, e cabe às pessoas que estão sendo notificadas que façam sua defesa.
“O Creci-PR reconhece que é de direito que duas partes particulares possam negociar entre si mas, com o serviço de um profissional credenciado, a possibilidade dos interessados realizarem um negócio que depois possam se arrepender diminui consideravelmente”, avalia Dilermando Eleutério.
Especulação imobiliária
A estudante de Direito, Elisandra Turesso é apontada pela Comissão Municipal de Combate à Invasão como uma das pessoas que vendem lotes em áreas irregulares, como terrenos da Prefeitura e locais de preservação ambiental.
“A Prefeitura está me perseguindo por causa da influência do Dilermando Eleutério, que possui mais de 400 lotes aqui. Quero ver a Prefeitura provar que onde eu comprei para lotear é terra da Prefeitura. Não sou grileira de terra, sou investidora”, questiona Elisandra Turesso.
Dilermando rebate as acusações de Elisandra Turesso. “Sou corretor imobiliário registrado no Creci-PR desde 1981 e nessa época comecei a trabalhar no Del Rey e em outros bairros e cidades. Atualmente, existem mais de 15 imobiliárias cadastradas e corretores que atuam naquela localidade. O bairro está crescendo porque estes profissionais estão comercializando de pequenos a grandes lotes e conjuntos residenciais. Pelo nome Elisandra não me recordo quem é esta pessoa que me acusa. O que posso dizer é que também faço parte do Conselho Federal dos Corretores Imobiliários e comercializo os lotes que possuo na região, e que estão muito longe de serem 400 lotes como ela afirma. E sempre trabalhei com a mesma seriedade com a qual atuo nas entidades de classe às quais eu pertenço”, fala Dilermando Eleutério.
O corretor acrescenta que não faz uso particular de sua representação como delegado do Creci, pois para que represente contra alguma situação na instituição ele precisa receber denúncia de moradores ou corretores. “Para encaminhar uma queixa ao Creci-PR preciso de um denunciante. Acredito que esta pessoa está usando meu nome para desvirtuar o tema mais importante que é a responsabilidade de particulares e corretores quanto aos negócios realizados na área. E fico à disposição desta senhora para falar com ela e saber o porquê do meu nome ser citado”, conclui Dilermando Eleutério.
Fonte: PautaSJP
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