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domingo, 25 de novembro de 2012

Crianças de São José dos Pinhais conversam com a escritora Adélia Maria Woellner

Como surgem as ideias para seus livros? Onde você os escreve? É preciso ler bastante para ser uma escritora? Essas foram algumas das dezenas de perguntas que os alunos do 5o ano da Escola Municipal Ernestina Macedo de Souza Cortês, de São José dos Pinhais, fizeram à escritora e poetisa paranaense Adélia Maria Woellner no bate-papo que aconteceu na última quinta-feira, 22, na Biblioteca Pública. Ela esteve na cidade para levar a coleção Tagarela, composta por cinco livros voltados ao público infantil, que está sendo lançada neste mês e conta com o patrocínio da Copel. Adélia também doou 60 coleções à Secretaria Municipal de Educação, que irá distribuí-los nas escolas.


Na ocasião, a pedagoga da Secretaria Municipal de Educação, Rita de Ataíde, destacou a importância do contato das crianças com a Adélia. “Este ano, ocorreram muitos eventos como esse aqui na cidade. Eles fazem parte do Projeto Leitura na Escola, que promove encontros das crianças com autores do Paraná”, conta Rita. “Isso é importante porque a leitura tem que ir além da escola, tem que se tornar um hábito. Encontros como esse deixam as crianças mais próximas dos autores, ajudam a entender que não é difícil escrever, colocar seus pensamentos no papel.”

A coleção Tagarela aborda a importância de valores com mensagens de vida, mostrando o respeito pela natureza e pelo ser humano. “A criança é como uma massa moldável, então temos uma grande responsabilidade ao escrevermos para elas, pois assimilam com muita intensidade tudo o que colocamos”, comenta a escritora.

“O Reino das Águas Azuis”, um dos livros da coleção, permite trabalhar conceitos como a participação, o desprendimento e a confiança. Ele conta a experiência de dois grupos que precisam escolher um representante para divulgar as belezas de seu reino.

Outro exemplar é o “No Céu e no Mar” que estimula a atenção das crianças para que elas descubram semelhanças na natureza. “A personagem da história se surpreende quando relaciona a estrela do céu com a estrela do mar, nuvens com ondas, percebe que existe cavalo na terra e no mar (cavalo marinho)”, conta a produtora cultural do projeto, Dnize de Castro.

Em “A Natureza das Coisas” os cinco elementos – água, sol, terra, ar e fogo – são os personagens da história e mostram sua atuação na natureza. Já “A Casa de Cristal” foca a aventura no sonho da personagem, estimulando a imaginação da criança. E em “A Menina do Pastoreio”, as atitudes da personagem demonstram o amor e o respeito pelo meio ambiente.

Para Adélia, lançar a coleção Tagarela é motivo de muita satisfação. “Estou muito feliz. É muito agradável trabalhar com crianças, porque elas respondem, participam e se entregam. Elas vivem a história. Eu vejo, em cada criança, a personagem que escrevo sendo representado”, compartilha a escritora.

Dos tribunais para o mundo literário



A autora Adélia Maria Woellner é formada em Direito e lecionou Direito Penal na PUCPR. Sua primeira publicação, um livro de poemas, completará 50 anos em 2013. É membro da Academia Paranaense de Letras, pertence, além de a várias outras entidades lítero-culturais do Brasil, à Academia Feminina de Letras do Paraná, ao Centro de Letras do Paraná, ao Centro Paranaense Feminino de Cultura, à Academia Paranaense de Poesia e à União Brasileira de Trovadores.

Seu primeiro livro infantil, “Férias no Sítio”, partiu de um poema que relembrava suas férias no sítio de seu avô, em Araucária. “Um amigo, ao ler o poema, disse: ‘isso dá um livro infantil’, e assim, nos idos do ano 2000, fiz meu primeiro livro para crianças”, conta.

Depois dessa história real da vida da autora, ela faz “A Menina que Morava no Arco-Íris”, ficcional, mas que, também, provoca a ligação e o respeito da criança com a natureza. “Escrever para crianças não tem um por quê. Não é uma opção voluntária ou dirigida, ela acontece”, analisa Adélia.

A escritora, hoje com 72 anos, mora em meio à natureza, em uma bucólica chácara em Piraquara. Com uma filha e dois netos, diz que não foi uma avó que contava histórias. “Com a minha idade estou resgatando aquela criança que não vivi quando era pequena. A sensação que tenho é que a ‘minha criança’ começou a vir à tona quando comecei a escrever livros infantis”, finaliza.

Fonte: Nosso Jornal

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