Danny Glover: de máquina mortífera a militante sindical
Não, Danny Glover não está velho demais para lutar pelas causas em que acredita. Ao contrário do detetive Roger Murtaugh, personagem que o ator norte-americano interpretou nos quatro filmes da franquia Máquina Mortífera, nos quais vivia a reclamar ao seu parceiro, o também policial Martin Riggs (Mel Gibson), que já tinha passado da idade de enfrentar as agruras de agente da lei, Glover não abre mão da militância. E um dos seus maiores focos no momento é a precária situação dos trabalhadores da indústria automotiva no estado do Mississippi, sul dos Estados Unidos. Mais precisamente dos funcionários da montadora Nissan, instalada no município de Kenton, na região metropolitana deJackson, capital e maior cidade do estado.
Glover, hoje com quase 66 anos, esteve nesta sexta-feira (28) em São José dos Pinhais, onde participou de uma assembleia promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, em frente à fábrica da Renault, que mantém com a montadora japonesa Nissan uma aliança. O ator, cujos pais eram sindicalistas, veio ao Brasil acompanhando uma comitiva formada por trabalhadores da fábrica americana e de sindicalistas da United Auto Workers (UAW), entidade que representa os trabalhadores do setor automotivo nos Estados Unidos e que mantém um intercâmbio com o sindicato curitibano. O motivo da viagem: "aprender" a fazer sindicalismo com os brasileiros.
Em entrevista informal à imprensa antes da assembleia, Glover contou que a situação dos trabalhadores da Nissan é muito grave. "As montadoras se instalaram nos estados do sul dos EUA, mais pobres e rurais, com uma população mais dócil, e, por conta da rígida legislação estadual do Mississippi, que desestimula a atividade sindical, exploram a mão de obra local. Aqui no Brasil o sindicalismo, os metalúrgicos, têm um histórico de militância, lutas e conquistas. Tanto que um deles se tornou presidente da República", disse, referindo-se a Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: Gazeta do Povo
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