Pronto Socorro do Hospital São José dos Pinhais
O Hospital São José dos Pinhais, enquanto entidade filantrópica, e a partir de 2008, quando foi municipalizado, nas últimas duas décadas sempre apresentou problemas de atendimento à população. A possível negligência no Pronto Socorro, no caso do estudante que morreu atingido por uma árvore no vendaval da última quinta (05), amplia a discussão sobre a Saúde no município. O vereador Alberto Setnarsky (PMDB) fala em CPI e questiona o fato do secretário municipal da pasta ser dono de hospital particular.
Segundo o socorrista Marcelo Pereira, do Grupo de Resgate Voluntários da Vida, houve negligência por parte da equipe de plantonistas do Pronto Socorro perto das 17h, quando a Guarda Municipal chegou com o menino de 13 anos atingido por uma árvore por causa dos fortes ventos no Parque São José. “Eu sustento que ficamos vários minutos do lado de fora do hospital porque ninguém veio ver o garoto. Entramos pelo Pronto Socorro porta adentro e a médica não queria dar início ao procedimento de contensão do trauma”, aponta Marcelo Pereira.
O vereador Alberto Setnarsky, coincidentemente, estava no hospital naquele dia e viu parte da confusão. “O meu pai ficou internado lá e veio a falecer recentemente. A qualidade no Hospital São José é precária e sabemos que não é falta de dinheiro. Agora, o porquê de não termos uma gestão eficiente eu não sei. Quem sabe uma CPI possa nos dar algumas respostas”, projeta o vereador, que lembra do fato do secretário municipal de Saúde ser dono de hospital particular na cidade. “Ele não poderia ser secretário.”
Em reportagem anterior, o PautaSJP.com entrevistou pacientes com plano de saúde que não encontraram atendimento no Hospital Nova Clínica. A unidade tem entre os proprietários o médico e secretário de Saúde, Brasilio Vicente de Castro Filho. Os pacientes, mesmo com plano, para não irem para Curitiba em busca de outros hospitais aumentam as filas no hospital público. Como em junho, época da publicação da matéria (http://www.pautasjp.com/noticia.php?nid=2767), ontem (10), o PautaSJP.com entrou em contato com a Comunicação da Prefeitura para entrevistar o secretário sobre o assunto mas não houve retorno por parte do departamento.
A vereadora Nina Singer, que é do partido do prefeito Luiz Carlos Setim, do DEM, falou que vai buscar mais dados sobre o que aconteceu com o menino e que o prefeito tem sido transparente quanto os problemas no hospital. “Pelo que sabemos, haverá grandes mudanças para a melhoria do hospital e na Saúde em geral”, comenta a vereadora.
Amanhã (12), o PautaSJP.com retoma o tema com mais informações sobre o Hospital SJP
Nota da Prefeitura
Ao final da tarde desta quarta (11), por meio de nota no Facebook, a Prefeitura de São José dos Pinhais publicou a seguinte nota:
A Prefeitura vem a público esclarecer o que realmente aconteceu no atendimento do estudante de 13 anos que foi atingido por um galho no Parque São José na tempestade da última quinta-feira (5) e foi atendido no Hospital e Maternidade São José dos Pinhais. O que está sendo noticiado por alguns meios de comunicação - que o jovem morreu ao ter atendimento negado - é mentira, pois o atendimento não foi negado pelo Hospital, tanto que ele passou por uma cirurgia de cerca de 3 horas e ficou na UTI por 4 dias. O menino, ao entrar na sala de emergência, foi atendido com a máxima urgência devido ao grave ferimento na cabeça que indicava gravíssimo traumatismo craniano: 1o – ele foi estabilizado; 2o – foi feita a tomografia; 3o – entrou na sala cirúrgica e passou por uma neurocirurgia que durou cerca de 3h; 4o – Após a cirurgia permaneceu internado na UTI para estabilização. 5o – Foi acompanhado de perto por neurologistas e intensivistas durante seu internamento que durou 4 dias, mas não resistiu aos ferimentos do acidente. Durante o internamento, a família solicitou sigilo do Hospital através de um termo de confidencialidade, e foi acompanhada pela equipe de Psicologia Hospitalar. Diante das informações trazidas à administração, a Secretaria de Saúde abriu uma sindicância para apurar a conduta da profissional que atendeu o socorrista que trouxe o menino para dentro do Pronto Socorro na ocasião. A Prefeitura repudia a informação de setores da mídia que atribuem ao Hospital, negligência ou falta de atendimento. A possível má conduta de um único profissional não representa o esforço feito pela equipe médica para tentar salvar a vida do estudante. Considera inadmissível a exploração da imagem da criança para promover audiência em cima da dor da família. Vale ressaltar que a família assinou um termo de confidencialidade e por respeito à decisão é que o Hospital manteve em sigilo detalhes do caso, como por exemplo o nome da criança.
Fonte: PautaSJP
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