Categoria protesta contra coação para assinar documento a favor da dupla função.
Os moradores de São José dos Pinhais que quiserem vir para Curitiba a partir de sexta-feira (17) podem enfrentar grandes problemas. Motoristas e cobradores da Autoviação São José, empresa responsável pelo transporte coletivo em linhas metropolitanas na cidade, votaram na madrugada de terça-feira (14), em uma assembleia realizada em frente à garagem dos ônibus, por um indicativo de greve.
O motivo para a possível paralisação da categoria seria a pressão feita pela empresa para que os funcionários assinem um aditivo ao contrato de trabalho em aceitavam a dupla função, ou seja, as situações em que motoristas podem atuar também na cobrança da passagem. De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), os funcionários estariam sendo intimidados para assinar o documento.
Motoristas que assinaram o documento afirmaram ao sindicato que a data presente no aditivo era de 2011, prática considerada ilegal. O Sindimoc confirmou também ao Paraná Online que um funcionário se recusou a assinar a proposta e foi demitido pela Autoviação São José.
O sindicato estabeleceu um prazo de 72 anos para que a questão seja resolvida e para que um cópia do documento seja enviada aos funcionários.
O outro lado
Para o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), as atuações do Sindimoc são abusivas, já que acontecem sem aviso prévio e impedem os ônibus de deixarem as garagens. De acordo com a entidade, os motoristas da Autoviação São José foram treinados para desempenhar a cobrança.
Outro ponto levantado pelo Setransp, a empresa convocou os funcionários apenas para assinar um termo aditivo que permite a segunda atuação perante o pagamento de 10% adicionais ao salário.
Entenda o caso
O impasse acontece porque no último dia 07 os vereadores de São José dos Pinhais votaram por unanimidade pelo fim da prática nas duas empresas que operam o sistema de transporte no município. “Essa é uma forma de mostrar ao prefeito que os trabalhadores aceitam a dupla função”, comentou Dino Mattos, vice-presidente do Sindimoc.
De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura da cidade, o prazo para que o projeto de lei seja aprovado ou não vai até o dia 28 de outubro. Antes de chegar ao prefeito, o texto passa pela Secretaria de Transportes e pela Procuradoria Geral do Município.
Proibição
O Setransp informou em nota à imprensa que Vara do Trabalho de São Jose dos Pinhais determinou que o Sindimoc “se abstenha de praticar qualquer ato de mobilização que venha a bloquear e impedir o livre acesso de veículos e empregados da empresa”, sob multa de R$ 10 mil “por evento de obstrução das vias de acesso da empresa, que inviabilize o trânsito de pessoas e veículos”.
Fonte: Paraná Online
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