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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Com “praça de guerra” e mais de 200 feridos do lado de fora, deputados aprovam projeto da Previdência - Confira os vídeos e as imagens

Foto: Juliano Cunha – Banda B

O clima de tensão que rondava a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) há pelo menos dois dias, terminou com um grande confronto entre policiais militares e manifestantes na tarde desta quarta-feira (29). Foram pelo menos 200 manifestantes e 20 policiais feridos. Apesar do clima de guerra do lado de fora, o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSDB), decidiu pela continuidade da sessão, que terminou com a aprovação do projeto de lei que altera o Regime Próprio de Previdência Social do Paraná por 31 votos a 20.

O confronto começou por volta das 15h, logo após os deputados estaduais iniciarem a discussão do projeto. A Polícia Militar usou bombas de gás, balas de borracha e jatos de água para dispersar os manifestantes. Os professores recuaram, mas os policiais continuaram jogando bombas de efeito moral. Segundo o comando-geral da PM, um furo no cerco teria motivado a reação dos policiais. Ao todo, foram 1,6 mil policiais designados para o Centro Cívico. Treze pessoas foram presas.

Durante o atendimento, a Prefeitura de Curitiba virou uma grande enfermaria e recebeu as vítimas. Dentre os feridos, pelo menos 63 pessoas foram encaminhadas a prontos-socorros, principalmente o Hospital Cajuru. Ainda segundo a administração municipal, 213 pessoas ficaram feridas na manifestação. Destas, 150 atendidas em 12 ambulâncias.

Com os ânimos mais acalmados, o governador Beto Richa (PSDB) defendeu a ação da PM e culpou grupos ‘Black Blocs’ pelo confronto. Segundo ele, o objetivo da PM foi impedir a invasão da Alep e garantir o trabalho dos deputados estaduais na votação do projeto que prevê mudanças no regime da ParanáPrevidência.“Foi lamentável o que aconteceu hoje, eu vi cenas chocantes em vídeos que mostram esses baderneiros partindo para cima dos policiais, tentando jogar pedras da calçada contra eles. Tivemos pelo menos 20 policias feridos e sete baderneiros presos. A PM impediu que houvesse uma invasão na Alep, o que, para mim, seria uma afronta à democracia”, disse em entrevista coletiva.

Para a secretária de Finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, esse é o dia mais triste da história da educação no estado. “Estamos muito tristes e feridos, na alma e no corpo. Agora vamos cuidar da categoria, dos presos e avaliar nossos próximos passos. A nossa luta continua e vamos buscar todas as formas de derrotar esse projeto. O Comando de Greve se reúne ainda hoje”, disse em entrevista para a Banda B.

Repercussão

A vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves, condenou veemente a ação policial e garantiu que a Prefeitura prestou todo o atendimento às vítimas. “O governador Beto Richa enlouqueceu, o secretario Francischini enlouqueceu, nunca vi uma coisa dessas na capital”, disse.

O senador Roberto Requião (PMDB) definiu a ação como “massacre”. “O Richa está louco, quer a todo custo colocar a mão no dinheiro da Previdência e fez isso, uma ação totalmente descabida”, pontuou. A senadora Gleisi Hoffmann (PT) chegou a pedir intervenção do Ministério da Justiça.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel César Kogut, disse que a medida foi tomada para cumprir a ordem judicial. “Temos vídeos que comprovam a tentativa do avanço ao cerco policial. Apreendemos vários matérias de black blocs, mas o Ministério Público está abrindo inquérito para apurar qualquer excesso”, garantiu.

A mudança

A ParanáPrevidência é composta por três fundos: o Militar, o Financeiro e o de Previdência. Com a aprovação do projeto, o governo deve transferir 33.556 beneficiários com 73 anos ou mais do Fundo Financeiro, que é arcado pelo Tesouro Estadual, para o Fundo de Previdência, constituído a partir de contribuições dos servidores e do poder público.

De acordo com o Governo do Paraná, a migração proporcionará uma economia de R$ 125 milhões, por mês, com o pagamento de benefícios. A ideia é reequilibrar a situação econômica estadual e reverter o déficit de R$ 560 milhões previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano de 2015. O Governo afirmou, ainda, que todos os pontos de mudança no regime estão de acordo com o funcionalismo público e não prejudicam os servidores.

Abaixo as imagens capturadas pela prefeitura de Curtiba - Fotos: Luiz Costa, Everson Bressan, Maurilio Cheli, Gabriel Rosa/SMCS












Abaixo vídeos registrados pela Banda B, por manifestantes e pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), do confronto desta quarta-feira (29) no Centro Cívico, em Curitiba. Ao todo, mais de 200 pessoas ficaram feridas, sendo 20 policiais, e 13 manifestantes acabaram presos.

Assista aos vídeos nos players abaixo:








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