Uma mulher de 40 anos foi presa na tarde desta quarta-feira (30) em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. Ela é suspeita de sequestrar o bebê da adolescente que foi encontrada morta no sábado (26), em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. O bebê foi encontrado na tarde desta terça-feira (29) em frente a Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Guaraniaçu, na região Oeste do estado.
Eva Cássia Ferrarezi Zeglan foi detida no Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Terezinha de Itaipu, por volta do meio-dia desta quarta-feira (30). Ela estava dirigindo um veículo Palio, acompanhada de uma filha de 19 anos, de um filho de 15 anos e de uma menina de 5 anos, a qual tem a guarda. No veículo, também estava um cachorro.
De acordo com informações da Agência Estadual de Notícias (AEN), órgão oficial de comunicação do governo do estado, a certidão de nascimento do bebê foi encontrada no carro de Eva. O delegado da 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu, Michael Eymard Rocha França de Araújo, disse, em entrevista à AEN, que não há dúvidas sobre a participação da mulher no caso. Segundo o delegado, ela mantinha residências em Guaratuba, cidade onde a adolescente vivia, e São José dos Pinhais, onde a garota foi encontrada morta. Araújo afirmou que Eva conhecia a adolescente e a atraiu dizendo que compraria roupas para o bebê, mas que já teria a intenção de ficar com a criança.
O delegado ainda relatou que, em seu depoimento, Eva alegou que a adolescente já desejava vender o bebê e que ela teria agido como intermediária. Ela teria dito que decidiu abandonar a criança depois que a imprensa divulgou detalhes do caso.
A polícia ainda faz diligências para descobrir as circunstâncias da morte da adolescente. Em entrevista a AEN, o delegado Gil Tesseroli, de São José dos Pinhais, afirmou que há discrepâncias entre o depoimento prestado por Eva e o de sua filha mais velha. A mulher está presa em Foz do Iguaçu e deve ser encaminhada para a delegacia de São José dos Pinhais nesta quinta-feira (31).
Bebê encontrado
O bebê da adolescente morta em uma estrada rural de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi encontrado na tarde de terça-feira (29), em frente a Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Guaraniaçu, no Oeste do estado. O corpo da mãe, de 16 anos, foi localizado no sábado (26) e a vítima - moradora de Guaratuba - foi identificada na noite de segunda-feira (28). A criança estava com a mãe no momento do crime, segundo a polícia. Um bilhete foi encontrado com o bebê e informava que a criança foi vendida por R$ 1,5 mil. A polícia investiga a veracidade dessa prova. O bebê foi encaminhado para um hospital de Guaraniaçu, onde passava por avaliação médica, e está sob responsabilidade do Conselho Tutelar. O estado de saúde da criança é considerado bom.
A investigação sobre a morte da adolescente é conduzida pela delegacia de Guaratuba – onde foi registrado o desaparecimento da adolescente – com o apoio da delegacia de São José dos Pinhais. Segundo a polícia, a ida da criança para o Oeste do Paraná está diretamente ligada ao homicídio. De acordo com o delegado, o bilhete dizia que a mãe da criança estava viva, quando o suposto casal comprou o bebê no último sábado. A adolescente e outro homem teriam vendido o bebê. Segundo o bilhete, o casal resolveu deixar a criança na igreja quando soube da morte da adolescente.
A polícia investiga o caso e não descarta a possibilidade dos autores do bilhete terem matado a adolescente.
Depoimentos
O pai e um tio da vítima estiveram em Curitiba na terça-feira (29) e foram ouvidos pela polícia. No depoimento, a família revelou que havia levado a garota e a criança na quinta-feira (24), em um posto de saúde de Guaratuba para fazer o teste do pezinho e a deixaram em frente à casa onde morava, no bairro Cohapar.
O companheiro da vítima também foi ouvido pela polícia na terça-feira. O pedreiro Jefferson de Góes, 33 anos, se relacionava com a adolescente havia três anos. “Jefferson foi ouvido como testemunha. Não temos nenhuma evidência contra ele”, disse o delegado.
Os familiares estiveram no IML na terça-feira para liberar o corpo da jovem, que deveria ser enterrado no Cemitério Municipal de Guaratuba, na quarta-feira (30).
Crime
O corpo da vítima foi encontrado caído às margens de uma estrada rural, no bairro Rio Pequeno, no sábado (26). A polícia foi acionada por moradores da região do bairro Rio Pequeno, entre as 8h e 10h. O corpo estava em um matagal na Rua Estefano Woicikieviz, próximo da represa de captação Rio Pequeno, da Sanepar. O local é uma área do turismo rural conhecido como Colônia Mergulhão.
A calça da vítima estava aberta, mas não havia sinais aparentes de violência sexual. “Mas isso não é algo conclusivo e só será confirmado após o laudo do Instituto Médico-Legal (IML)”, apontou o delegado Tesseroli.
O delegado disse que a vítima foi asfixiada, supostamente por algum tipo de fio ou cordão. Apesar de a estrada ser rural, o local é bastante movimentado. Por isso, a polícia também trabalha com a possibilidade de a adolescente ter sido assassinada em outro local e o corpo ter sido abandonado naquela via. “Tem um movimento razoável ali. Não haveria tempo hábil para alguém matar uma pessoa sem ser visto”, disse o delegado.
Fonte: Gazeta do Povo
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