A HISTÓRIA DA AGRICULTURA
“A agricultura e a criação de animais, foram com certeza as mais importantes de todas as invenções humanas até hoje."
(Arnold Toynbee)
Neste dia 28 de julho, quando se comemora o “Dia do Agricultor”, entre as várias reflexões sobre essa magnífica e mais antiga profissão vale a pena relembrar um pouco da história da agricultura. Nesse contexto, o agricultor, o principal responsável pela produção de alimentos para a sobrevivência dos povos, em especial daqueles que moram nas cidades, merece nossa reverência.
Quando grupos humanos deixaram de ser apenas caçadores e coletores de alimentos silvestres e transformaram-se em agricultores e criadores de animais, estava se realizando uma das maiores revoluções na história da existência humana.
Este acontecimento que tem início situado pelos historiadores entre doze e dez mil anos antes de Cristo evidencia o estabelecimento de novas relações entre os seres humanos e o meio natural, e entre os próprios homens, com profundas implicações no futuro da humanidade. Os humanos já não dependiam totalmente do estoque natural de alimentos para garantir sua existência.
Então, munida de conhecimentos adquiridos em sua interação com o meio natural e com outros homens, a humanidade conseguia domesticar diversas espécies de plantas e animais, e fazê-los produzir em quantidade suficiente para garantir sua subsistência. O estabelecimento de novas relações proporcionou condições aos grupos humanos para se fixarem em locais que permitiam a criação de espaços onde se vivia e produzia. O homem começava a se libertar da vida nômade e passava a construir aldeias onde morava, criava animais e lavrava os campos para garantir sua existência.
O camponês do período neolítico que já dispunha de conhecimentos tecnológicos para polir e modelar ferramentas de pedra, fiar, tecer e fabricar utensílios de cerâmica e utilizar a queimada da vegetação como modo de preparar o solo para o plantio, descobriu a necessidade da substituição de áreas usadas por novas áreas, até que o solo cultivado anteriormente recuperasse a sua fertilidade pela recomposição da vegetação. Aprendeu também a reservar parte da produção agrícola para semear na estação chuvosa seguinte e parte do rebanho de animais para garantir o nascimento de novas crias.
Os registros históricos disponíveis indicam que a cultura construída pelos nossos antepassados do período neolítico se caracterizou por grandes conquistas que provocaram muitas transformações na qualidade de vida das pessoas. Superou-se o estágio da caça e coleta de alimentos silvestres, passando-se ao estágio da produção controlada de alimentos. A vida nômade-típica do coletor de alimentos pode ser substituída pela vida sedentária do agricultor e criador de animais. Além dos conhecimentos necessários para domesticação de espécies animais e vegetais para a produção de alimentos, desenvolveram-se tecnologias que permitiram a fabricação de implementos agrícolas, de objetos de uso pessoal e doméstico que tornaram as tarefas diárias menos penosas.
O ser humano ao inventar a agricultura e a criação de animais que, segundo Toynbee, foram com certeza as mais importantes de todas as invenções humanas até hoje, além de criar condições para alterar substancialmente para melhor a qualidade de sua vida, realizou também uma intervenção profunda na estrutura da natureza. Neste ato histórico, a humanidade, ela própria integrante da natureza, a partir de seus próprios interesses e necessidades, substituiu a seleção natural das espécies, até então praticada pela seleção humana. A partir daí, inaugura-se o processo de ameaça à biodiversidade pela via da ação humana. Na criação de pastagens, de rebanhos e de lavouras, espécies vegetais desapareceram para assegurar safras e crescimento dos rebanhos, como garantia à existência humana.
A invenção da agricultura e da criação de animais, através da domesticação de espécies, permitiu à humanidade dar outro passo marcante na história de sua relação com a natureza: a criação da cidade.
As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia, próximas dos pântanos formados pelas águas dos rios Tigre e Eufrates, na área onde atualmente está situado o Iraque. Elas foram uma consequência da transformação da área pantanosa, rica em matéria orgânica, em terras próprias para o cultivo, mediante a aplicação de técnicas de drenagem e irrigação artificial. A drenagem dos pântanos, pela sua amplitude, consumiu uma grande força de trabalho e deve ter sido realizada num tempo razoavelmente longo por comunidades que também foram edificando núcleos urbanos que se transformaram, com o passar dos anos, em cidades estado. Esta façanha, segundo documentos históricos, foi realizada pelo povo Sumério e durou seis séculos (mais ou menos de 3.l00 a 2.500 a.C.).
Nos dias atuais, a produção agropecuária além de abastecer o mercado interno e gerar recursos para a economia local, estadual e nacional, também reforça a balança comercial nas exportações brasileiras.
Em São José dos Pinhais, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento – SEMAG, criada no ano de 1993, ganhou instalações adequadas para o atendimento dos agricultores após 19 anos de existência, em abril de 2012.
São José dos Pinhais conta com cerca de 4000 produtores rurais, que na sua grande maioria exploram suas atividades no sistema de economia familiar, é considerado o principal município produtor de hortaliças do Estado do Paraná.
Para apoio aos agricultores o município investe cerca de R$3,5milhões nos diversos programas, tais como Patrulhas de Mecanização Agrícola e de Máquinas Pesadas; Sanidade Animal; Inseminação Artificial; Correção do Solo; Produção de Moranguinho; Hortas Comunitárias; Produção de Orgânicos; Piscicultura; Produção Florestal; Secagem e Armazenamento de Cereais e Fornecimento da Nota do Produtor Rural, entre outros.
Na safra agrícola de 2011/2012, o Secador de Cereais, localizado em Campestre da Faxina, beneficiou 3.530 toneladas de milho, superando o volume beneficiado na safra anterior que foi de 1.100 toneladas.
Visto que o Município é reconhecido como um forte produtor agropecuário, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento vem focando esforços para fortalecer o associativismo, o cooperativismo e a criação de canais de comercialização dos produtos agrícolas. Como referencia o valor bruto da produção agropecuária municipal, segundo dados do Deral/SEAB, da safra 2011/2012 foi de R$224.492.724,78.
Por todo esse conjunto de responsabilidades social, econômica e ambiental, a Secretaria Municipal de Agricultura PARABENIZA OS AGRICULTORES DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS.
João Teixeira da Cruz
Secretário Municipal