Um terreno baldio localizado na Rua João de Fraga Neto no bairro Guatupê em São José dos Pinhais, tem se tornado um palco de acontecimentos depois que uma mulher abandonada passou a viver em uma casinha de cachorro. Segundo informações da comunidade local a senhora vive assim a pelo menos seis anos. Nossa equipe de reportagem buscou informações com moradores próximos e constatou que a família da senhora mora a poucos metros do local onde vive em completo abandono. A senhora que atende pelo nome de Neuseli, tem aproximadamente 47 anos, em alguns momentos mostra total lucidez e conversa com as pessoas, mas que nem sempre é assim, na maioria das vezes mostra-se eufórica, outrora agressiva, e em outras com manias de perseguição e alucinações.
Segundo relatos de populares que conhecem Neuseli, ela foi casada com um homem de nome Osmar e tem três filhos que sabem da atual situação da mãe. Nossa reportagem descobriu que uma das filhas é menor e se chama Camila, os irmãos são maiores um se chama Ronaldo e o outro Diego. Informações no local dão conta que a senhora já foi internada, mas que não há uma continuidade no tratamento, sendo que quando levada pelo Samu, Assistentes Sociais etc., retorna as ruas e muitas vezes é devolvida ao mesmo local pela própria ambulância que horas antes havia a levado.
Descaso e condições subumanas
Além do descaso da família e do poder público, a situação registrada de como vive esta mulher são inferiores a de um animal, não que eles não mereçam, mas estamos falando de um ser humano. As condições são de degradação, abaixo dos limites do que pode ser considerado humano.
Família
Segundo informações a família deixou à senhora cair nessa decadência desenfreada no que tange a saúde mental, sem um atendimento profissional, sem o tratamento com remédios etc. Por se tratarem de filhos não caberia a eles tomarem a frente da situação em definitivo para melhorar a qualidade de vida da mãe?
Poder Público
No Brasil o direito à saúde mental é amparado por lei. Segundo moradores da localidade o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro e Centro de Atenção Psicossocial (Caps) conhecem a situação e já atuaram no caso, mas por alguma razão as ações não avançam para uma solução definitiva. Seria omissão do Estado ou da família? Neste caso a família possui condições para dar abrigo, e mesmo que não tivesse, e aí entra o poder público, essa senhora deveria estar abrigada em um serviço residencial terapêutico conforme manda a lei, não a mercê da própria sorte. Quando a pessoa é liberada de uma suposta internação, ela não deveria em tese retornar ao convívio do lar ao lado de seus familiares, quando que neste caso o retorno é sempre para o mesmo local de captura, ou seja, a rua. É o que diz a comunidade local.
Abuso Sexual:
Outra situação observada por populares é a exploração sexual vivida por essa senhora. É comum vê-la “nua” pelas ruas, quando não agarrada por homens meio ao mato nos diversos terrenos baldios da região. Não há nessa história alguma coisa fora dos eixos? Neste caso a Lei garante a ela ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração. Ela não deveria estar sendo tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, e alcançar sua recuperação pela inclusão na família, no trabalho e na comunidade como sugerem um parágrafo da Lei Federal n10.216/2001
Essa reportagem é objeto de várias solicitações de pessoas que se sentem mal ao passarem e ver a situação deplorável vivida por um ser humano, contudo uma figura frágil representada aqui por esta senhora. Nosso levantamento jornalístico é sério, desprovido de má-fé, voltado apenas em atender aos interesses da sociedade, como foco na informação.
Fonte:Regis Santos